Guia de Doenças

Sarampo

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O que é?

O Sarampo é uma doença infecciosa, de natureza viral, potencialmente grave e extremamente contagiosa, muito comum na infância.

Causa

A doença é causada pelo vírus do sarampo.

Transmissão

A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença. Além de secreções respiratórias ou da boca, também é possível se contaminar através da dispersão no ar de gotículas contendo as partículas virais, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados como escolas e clínicas. A doença é transmitida na fase em que a pessoa apresenta febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.

Prevenção


As crianças devem tomar duas doses da vacina combinada (tríplice viral) contra rubéola, sarampo e caxumba: a primeira, com um ano de idade; a segunda dose, entre quatro e seis anos. Os adolescentes, adultos (homens e mulheres) e, principalmente, no contexto atual do risco de importação de casos, os pertencentes ao grupo de risco, também devem tomar a vacina tríplice viral ou dupla viral (contra sarampo e rubéola). Crianças, adolescentes e adultos que não receberam essas doses na infância e que não tiveram sarampo, devem ser vacinados a qualquer momento: duas doses com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
 
Vacinas disponíveis na rede pública: são utilizadas vacinas tríplices virais (sarampo, caxumba e rubéola) e, para crianças com menos de 5 anos, também está disponível a vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).

A suscetibilidade ao vírus do sarampo é geral e a única forma de prevenção é a vacinação. Apenas os lactentes cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas possuem, temporariamente, anticorpos transmitidos pela placenta que conferem imunidade geralmente ao longo do primeiro ano de vida, o que pode interferir na resposta à vacinação. Os principais grupos de risco são as pessoas de seis meses a 39 anos de idade. Dentre os adultos, os trabalhadores de portos e aeroportos, hotelaria e profissionais do sexo apresentam maiores chances de contrair sarampo devido à maior exposição a indivíduos de outros países que não adotam a mesma política intensiva de controle da doença.

Só serão considerados vacinados, aqueles que tiverem o registro da vacinação, caso contrário, é recomendada a aplicação de uma ou duas doses, de acordo com situação vacinal conferida. Essa recomendação é segura e não implica em nenhum risco para o indivíduo. O sarampo confere proteção permanente. Portanto, pessoas com histórico confirmado da doença não precisam se vacinar. Em caso de dúvidas, a vacinação está recomendada.

Contraindicações à vacina:

• Gestantes;
• Pessoas imunossuprimidas por doença ou uso de medicação;
• Crianças expostas ou infectadas pelo HIV, nas categorias N, A e B com CD4 ≥15% devem ser vacinadas. Para aquelas com sintomatologia grave e/ou imunossupressão grave (CD4 <15% para aquelas até́ 5 anos e CD4 <200 cel/mm3 para crianças >5 anos), a vacinação está contraindicada;
• Para adultos que vivem com HIV/Aids com CD4 entre 200 e 350 os parâmetros clínicos e risco epidemiológico deve ser avaliado pelo médico para a tomada de decisão;
• Pessoas com história de alergia grave após aplicação de dose anterior das vacinas ou a algum de seus componentes.

Situações com recomendação de adiamento da vacinação – precauções:

• Pessoas em uso de quimioterapia antineoplásica só devem ser vacinadas três meses após a suspensão do tratamento;
• Pessoas em uso de outras drogas imunossupressoras, inclusive biológicos, devem ser avaliadas pelo médico quanto ao risco da interrupção do tratamento e o intervalo mínimo (que depende da droga em uso) necessário para a aplicação da vacina;
• Pessoas que receberam transplante de medula óssea só podem ser vacinadas de 12 a 24 meses após o procedimento;
• Após uso de imunoglobulina, sangue e derivados, a vacinação deverá ser adiada por três a 11 meses, dependendo do hemoderivado e da dose administrada, devido ao possível prejuízo na resposta imunológica;
• É aconselhável evitar a gravidez por 30 dias após a vacinação. Mas caso a vacinação aconteça inadvertidamente durante a gestação, ou antes desse período, a gestante deve ser tranquilizada, pois o risco é teórico, não havendo relatos na literatura de problemas decorrentes a esse tipo de situação, nem para a gestante, nem para o feto ou o bebê;
• É aconselhável evitar a vacinação de pessoas com doenças agudas febris, moderadas ou graves, até a resolução do quadro, com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença;
• A vacinação NÃO está contraindicada em nutrizes podendo, inclusive, ser administrada no pós-parto imediato.

Sintomas

Os sintomas iniciais apresentados são: febre alta, maior ou igual a 38,5°C, acompanhada de tosse persistente, irritação ocular, coriza e congestão nasal e mal-estar intenso.

Após esses sintomas, há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. O exantema (erupção cutânea) ocorre geralmente 14 dias após a exposição ao vírus e o contágio ocorre quatro dias antes até quatro dias após o aparecimento das lesões cutâneas. São comuns lesões muito dolorosas na boca.
 
A doença pode ser grave, com acometimento do sistema nervoso central e pode complicar com infecções secundárias como pneumonia, podendo levar à morte. As complicações atingem mais gravemente os desnutridos, os recém-nascidos, as gestantes e as pessoas portadoras de imunodeficiências.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado nos dados epidemiológicos, quadro clínico (sintomas) e exames laboratoriais. A confirmação laboratorial é realizada através da detecção de anticorpos no sangue na fase aguda da doença, desde os primeiros dias de sintomas até 4 semanas após o aparecimento do exantema (erupção cutânea). Os anticorpos específicos podem, eventualmente, aparecer na fase aguda da doença e permanecem detectáveis ao longo da vida.

Tratamento

Não existe tratamento específico, apenas uso de sintomáticos.

RESPONSÁVEL
Silvana Maria de Barros Ricardo
Infectologista e Coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Rede Mater Dei de Saúde
CRM-MG: 18459

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