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Mamoplastia Redutora ou Mastopexia

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As mastoplastias redutoras ou mastopexias visam a alcançar proporções mais harmônicas entre as mamas, o tórax e, consequentemente, com o conjunto corporal. Na maioria das vezes, as reduções mamárias são acompanhadas da correção de algum grau de ptose e/ou assimetria existente e tem como objetivo diminuir o volume e dar nova forma às mamas. Já a mastopexia é a cirurgia para corrigir a queda, com pequena ou nenhuma redução de volume associada.

Simetria e Assimetria

As assimetrias mamárias são muito frequentes, podendo ser decorrentes do formato assimétrico das mamas ou do tórax. Assim, podemos dizer que a simetria das mamas nem sempre pode ser alcançada pelo cirurgião. 

Cicatrizes

As cirurgias de redução ou pexia das mamas, sempre deixam cicatrizes. A forma, tamanho e posição variam de acordo com a técnica empregada, o volume e os excessos de pele e tecido mamário, a qualidade da pele etc. Cada técnica tem sua indicação apropriada para alcançar forma e tamanho desejados.

Atualmente as técnicas mais comuns deixam as cicatrizes mamárias em forma de “L”, “T” invertido, e ou ao redor da aréola, que vão adquirir com o tempo, o aspecto de uma linha de tonalidade semelhante à da pele e localizadas em áreas que possam, na maioria das vezes, ser encobertas pelas vestes de banho. Menos frequente, pode ocorrer o inverso e as cicatrizes sofrerem um alargamento, ou tornarem-se grossas, altas e duras, formando queloides. Estes estão relacionados à qualidade da pele e não ao modo como foi realizada a cirurgia. Se ocorrerem, seu médico lhe dará toda a orientação de tratamento adequado, indicando, quando pertinente, uma cirurgia oportuna para o retoque.

Funções das mamas

Tanto a redução quanto o aumento das mamas preservam todas as suas funções. Lactação e sensibilidade geralmente são mantidas, dependendo da técnica utilizada e desde que estas condições já existam antes da cirurgia. Estudos mundialmente divulgados referem até cerca de 18% de problemas de amamentação em pacientes que nunca operaram suas mamas. 

Assim, a dificuldade no aleitamento poderá não estar associada à cirurgia. Logo após a operação pode haver uma diminuição da sensibilidade que aos poucos irá retornando ao normal. 

Nos casos de ablação da glândula mamária para tratamento de uma doença benigna ou maligna ou ainda nas grandes resseções (chamadas gigantomastias) as funções podem estar comprometidas. Dependendo de algumas pacientes, mesmo mamas pequenas ou médias podem perder parte da sensibilidade.

Quando operar

As mastoplastias estéticas podem ser realizadas a partir do completo desenvolvimento das mamas. Isto tem ocorrido mais precocemente nas últimas décadas devido às mudanças impostas pelas alterações dos hábitos de vida, como o uso frequente de hormônios femininos e o início da atividade sexual, dentre outros fatores. 

Dessa forma, já é possível operar a partir do momento em que há o desenvolvimento completo das mamas, atendendo suas necessidades estéticas (geralmente dois à três anos após a primeira menstruação). Ao considerarmos o período de lactação, recomendamos aguardar pelo menos seis meses após interrompê-lo para programar sua cirurgia.

Cuidados pré-operatórios

Após conversar com o médico e esclarecer todas as suas dúvidas, serão indicados alguns exames de rotina, que devem ser feitos cerca de 10 dias antes da cirurgia. Também uma avaliação clínico- cardiológica (risco cirúrgico) será solicitada.

Em casos determinados, pode ser solicitado a mamografia, ultrassom ou outro exame específico que possam ajudar no esclarecimento diagnóstico antes da cirurgia.

Lembre-se das recomendações gerais para as cirurgias, como: não usar, por duas semanas antes, medicamentos à base de AAS, anticoagulantes, corticoides de uso prolongado ou medicamentos para emagrecer e abstinência do fumo por 30 dias antes da operação. Não use cremes corporais a partir da véspera da cirurgia, faça jejum de acordo com a recomendação médica. Lembre-se de comunicar ao seu médico qualquer anormalidade ou uso recente de medicamentos, alergias medicamentosas ou alimentares e alguma outra recomendação que venha a ser pertinente. Guarde em casa objetos pessoais como joias e bijuterias. No dia da cirurgia, tome banho completo e chegue ao hospital uma hora antes da cirurgia com acompanhante.

A Cirurgia

A cirurgia pode ser ambulatorial, ou seja, podendo ter alta hospitalar no mesmo dia da operação. O ato dura cerca de três horas e, em geral, é realizado sob anestesia local com sedação. Pode ser usada outra anestesia como a geral ou mesmo a peridural, dependendo da avaliação do caso pela equipe cirúrgico anestésica. 

Lembre-se que o tempo total de permanência no bloco cirúrgico é maior que o tempo real da cirurgia, pois o preparo e a recuperação pós-operatória contribuem para este aumento.

As mamas são incisadas de acordo com a programação prévia, removendo e /ou re posicionando os tecidos mamários. São dados pontos de sustentação e modelagem das mamas após um rigoroso controle da hemostasia (cauterização de pontos sangrantes). Faz-se o fechamento por planos dos tecidos com diversos pontos que serão removidos nos retornos do paciente no consultório.

O curativo é feito de forma a ajudar na modelagem das mamas devendo ser sobreposto por um sutiã adequado (sem rendas ou aros, de forma a moldar toda a mama e justo ao tórax, sem estar apertado). Toda e qualquer anormalidade encontrada durante a cirurgia como cistos ou nódulos serão encaminhados para exame específico, assim como também serão examinadas as peças cirúrgicas removidas nas cirurgias redutoras ou modeladoras. 

Orientações pós – operatórias 

Normalmente essa cirurgia não apresenta um pós-operatório doloroso. Mesmo assim, se apresentar algum grau aumentado de sensibilidade dolorosa, poderão ser recomendados medicamentos adequados pelo seu médico, seguindo todas as orientações dadas pela equipe cirúrgica. 

Para uma boa recuperação é necessário:

  1. Repouso de atividades físicas e limitação de movimentos bruscos e amplos dos braços;
  2. Deitar com o tronco elevado por almofadas e travesseiros. Não deitar de lado ou de bruços até que seja autorizado pelo seu cirurgião;
  3. Banhos ou trocas do sutiã somente com a autorização da equipe cirúrgica ou sob sua orientação, geralmente no 1º dia após a cirurgia;
  4. Não trocar ou manipular os curativos, mesmo que haja um pequeno sangramento (que é normal e não deve assustá-la). Todas as trocas de curativos deverão ser feitas pela equipe cirúrgica ou orientadas por ela. Atenção! Sangramentos copiosos ou variações volumétricas exageradas (na maioria das vezes unilateral) e de acontecimento súbito, acompanhados de dor, devem ser imediatamente comunicados ao seu médico. 
  5. Os retornos para a retirada de pontos e avaliação pós-operatória são feitos com 8 dias da cirurgia. Retornos adicionais serão comunicados pelo cirurgião e devem ser seguidos para uma completa recuperação e avaliação dos resultados.
  6. O sutiã deverá ser usado por um período mínimo de 30 dias, durante todo o dia, inclusive para dormir, mas as particularidades de cada caso serão avaliadas e este período poderá ser até mesmo prolongado. Seu médico lhe dará todas as orientações;
  7. Não dirigir por um período mínimo de 3 semanas;
  8. Não carregar peso por no mínimo 3 semanas;
  9. Não fazer movimentos amplos e bruscos com os braços por cerca de 10 dias;
  10. Após três meses poderá retornar a suas atividades físicas habituais como ginástica e natação;
  11. Exposição ao sol com o intuito de bronzear somente será permitida após 30 dias. Até aí, pequenas caminhadas sob o sol poderão ser feitas com o uso de bloqueadores solares;
  12. Vida sexual, com moderação estará liberada após 8 dias da cirurgia;
  13. O(a) paciente jamais deverá fazer compressas quentes na área operada, mudando a posição, para melhorar o inchaço. A pele ainda estará sensível e poderá ocorrer queimadura de 3º grau.

Intercorrências

As intercorrências são situações que surgem no período pós-operatório e não interferem no resultado. São exemplos: equimoses (manchas roxas na pele), edema (inchaço), pequenos hematomas que podem drenar espontaneamente ou necessitar drenagem cirúrgica, eliminação de pontos internos (por volta de três semanas), deiscência de pontos (abertura do corte), alterações transitórias de sensibilidade etc. 

Outras intercorrências indesejáveis e mais complexas, que felizmente são raras: infecção, grande deiscência (abertura) de pontos, necrose (morte) parcial ou total da pele das aréolas, grandes hematomas que precisam ser drenados, necrose da gordura no local dos pontos internos, e as intercorrências pertinentes a qualquer procedimento cirúrgico. Pode ocorrer algum comprometimento do aleitamento materno após esta cirurgia, mas existem vários recursos para ajudá-la nestas situações. 

Também nos casos de gravidez posterior podem ocorrer alteração da forma e elasticidade da pele até mesmo com formação de estrias e pigmentação das aréolas e das cicatrizes. Nessas eventualidades, é fundamental manter a calma e conversar profundamente com seu médico que cuidará atentamente do seu caso. 

Evolução em longo prazo

A mastoplastia redutora e a mastopexia não são cirurgias para o resto da vida. A qualidade dos resultados sofre alterações contínuas ao longo dos anos. Alguns fatores como idade, variação do peso corporal, qualidade e textura da pele, influências hormonais, gravidez, lactação, substituição adiposa das glândulas mamárias etc interferem de forma incisiva nas mamas, independentemente de terem ou não sido operadas. Assim, uma nova cirurgia poderá ser indicada quando, com o passar do tempo, essas alterações se apresentarem, alterando o formato e/ou volume mamários. 

Os resultados definitivos devem ser considerados após 12 meses da cirurgia. As cirurgias de retoques, quando necessárias, serão aconselhadas pelo cirurgião, devendo-se respeitar o tempo necessário para a adequação dos tecidos e acomodação das cicatrizes. Quando realizadas em momento inoportuno, podem não alcançar os resultados desejados. Os retoques não significam incapacidade técnica mas sim uma revisão cirúrgica para se alcançar resultados ainda melhores. 

Responsável técnico: 
Ronan Horta
Cirurgião Plástico
CRM: 8464

Matéria originalmente publicada em: 14/06/2017


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